Minha sala de trabalho não era um lugar confortável. Já teve tempos melhores, quando pela janela podia ver parte da cidade, e ver a cidade invadindo o cerrado por trás da Chácara dos Padres. A vista é voltada para o poente, de maneira que, antes de iniciar o dia de trabalho, eu ficava ali alguns minutos a olhar o céu e toda a paisagem sem o incômodo da luz a me ferir a vista. No batente do dia, esses minutos eram de paz e contemplação, oração silenciosa que me dava reforço para as tarefas de dirigir a escola.
As tardes eram quentes, porque o sol vinha entrando sala adentro. Eu me acostumara com ele, e somente fechava a janela quando alguma visita mais demorada se sentava incomodada na frente da minha mesa.
Depois de alguns anos foi erguida uma estrutura metálica para cobrir a quadra de esportes, bem em frente à janela. Adeus Paracatuzinho, adeus Chácara dos Padres, adeus Arraial d'Angola, adeus céu azulado! Só aquela pesada e fria estrutura de metal. Sem horizonte, sem o sol intruso, a sala ficou escura e parecia que as paredes tinham-se apertado.
Quando penso naquele lugar sinto-me como se ainda estivesse olhando pela janela e, às vezes, me vem à cabeça um episódio que presenciei lá pelo ano de 92. Naquela época, não existia qualquer barreira entre a janela e a paisagem, nem mesmo a quadra de esportes. O terreno da escola, dali até o Córrego Rico, tinha apenas mato e uma velha cerca de arame farpado, feita por um carroceiro que teimava em trazer seu cavalo para pastar o colonião que crescia com muito viço. Terreno perigoso para os alunos, porque cheio de espinhos de coco xodó, barrancos e buracos feitos pela enxurrada que descia do alto da Vila Mariana.
Pois bem, numa daquelas manhãs veio uma senhora trazendo um filho para estudar na escola. Não havia quase nada para mostrar, instalações pobres, prédio sem telhado, paredes sem reboco, mas o menino estava entusiasmado e queria convencer a mãe a deixá-lo estudar no Colégio Soma. Seu nome, Alex, filho de holandeses, uma família relativamente abastada. Alex estava mostrando a escola para a mãe, parou junto à cerca de arame farpado, olhou para o mato cheio de coco xodó e disse: - Ali vai ser a piscina!
Não sei o que a mãe pensou, talvez tolice de criança imaginar uma piscina naquela escola que nem telhado tinha. Mas, talvez a mãe tenha se convencido de que o argumento do menino era muito forte e, por isso, ela o matriculou em seguida. De fato, a piscina foi construída naquele local, no ano seguinte. Alex a viu quando ela não existia, porque ele viu aquilo em que acreditava. Alex queria ser aluno da escola e, se os olhos da mãe não podiam ver uma escola bela, ele a antevia assim.
Este episódio tem me servido, desde então, como inspiração nos momentos difíceis. O pequeno Alex me ensinou que não preciso ficar olhando os espinhos de coco xodó, buracos e dificuldades que podem impedir as minhas conquistas, se posso sonhar e acreditar que meus sonhos podem se realizar.
Em espírito, volto àquela janela: de olhos fechados vejo o céu, o Paracatuzinho, o Arraial d'Angola, o morro da Chácara dos Padres. Sei que eles estão lá, do outro lado.
Texto escrito em 14/6/2004 e reescrito em 26/7/2009.
"P.S.: Ontem (30/8/09) recebi uma mensagem da prof. Arlete Nascimento dando-me conta da morte do Alex em acidente de trânsito. Que tragédia! Que desperdício de vida! Envio meus pêsames aos seus irmãos Anneleyn e Jost, com muita tristeza."
Blog do Professor Márcio
Seja bem vindo. Gosto de compartilhar ideias e sua visita é uma contribuição para isto. Volte sempre!
domingo, 26 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Paracatatus e o Lobo Mau - Uma Paródia Paracatuense
Lá da Alemanha, nosso amigo Sérgio Dani enviou uma paródia da fábula de Esopo - O Lobo e o Cordeiro -, que todos conhecem. Estamos vivendo dias de grandes incertezas e algumas decisões que estão sendo tomadas agora marcarão para sempre o destino desta cidade, para o bem ou para o mal. Por isso, achei oportuno publicar no meu blog o ponto-de-vista de um homem lúcido, consciente e de elevado espírito cívico, que precisou estar longe das calúnias e da perseguição para dar continuidade ao seu trabalho.
"Uma população inteira de pobres "paracatatus"(*) estava vivendo feliz em sua terra, bebendo água pura dos córregos e nascentes, quando o Lobo Mau apareceu. De dentes dourados à mostra ele pôs-se a berrar:
- Seus tatus porcalhões e gananciosos, vou devorá-los por sujar a água da cidade com seu garimpo e beber a água que estou precisando na minha usina de beneficiamento.
- Como podemos querer a "sua" água, se chegamos aqui primeiro, se o senhor toma três vezes mais água que a nossa população inteira e acabou com o nosso Córrego Rico, o Córrego Santo Antônio e o Córrego São Domingos, sujando tudo com arsênio e chumbo? E agora ainda quer roubar, sujar e destruir para sempre nossa mais preciosa reserva de água pura de montanhas, as nascentes do Vale do Machadinho? Como é possível para nós sujarmos esta água, se estamos mais abaixo que o senhor, e quando o senhor for embora teremos que engolir todo o seu veneno?!
- OK - disse o lobo, tratando de achar outra justificativa - então vou devorá-los e destruí-los porque soube que nas audiências públicas, no blog Alerta Paracatu, no Jornal O Lábaro, no jornal Estado de Minas, no filme "Ouro de Sangue", no escondido das cozinhas e nas mesas dos bares vocês me xingaram. Alguns de vocês roubaram o ouro do meus rejeitos, e agora começam a morrer de câncer, por causa do meu veneno. Vocês querem me dar prejuízo!
- Como podemos tê-lo xingado, se falamos apenas a verdade? .
Como podemos causar-lhe prejuízos, se nós é que estamos morrendo, e nossas autoridades não fazem nada para nos defender? Somos apenas uns pobres-diabos abandonados à nossa própria sorte ou à nossa própria desgraça!
- Se não foram vocês, foram os seus irmãos, Sérgio Dani e Serrano Neves!
- Como podem ser nossos irmãos, se não damos ouvidos a eles, porque os consideramos "ovelhas negras" da nossa família, uns biodesagradáveis?
O lobo impaciente, vendo que a conversa já ia longe demais pro seu gosto, berrou furioso:
- Se não foram vocês, foram seus pais, ou suas mães, ou seus avós, ou alguém da sua família de paracatatus nojentos que já morreram ou ainda teimam em nascer e querer viver nesse mundo das multinacionais e...
NHAC - os milhares de (paraca)tatus foram devorados num bocado.
Moral da história: Tatuzada desunida vira guizado de tatu."
(*) Paracatatu é denominação dada pela RPM/Kinross aos paracatuenses, em um livrinho encomendado ao cartunista Ziraldo. Fonte: Relatório Rio Tinto Brasil, 2003.
"Uma população inteira de pobres "paracatatus"(*) estava vivendo feliz em sua terra, bebendo água pura dos córregos e nascentes, quando o Lobo Mau apareceu. De dentes dourados à mostra ele pôs-se a berrar:
- Seus tatus porcalhões e gananciosos, vou devorá-los por sujar a água da cidade com seu garimpo e beber a água que estou precisando na minha usina de beneficiamento.
- Como podemos querer a "sua" água, se chegamos aqui primeiro, se o senhor toma três vezes mais água que a nossa população inteira e acabou com o nosso Córrego Rico, o Córrego Santo Antônio e o Córrego São Domingos, sujando tudo com arsênio e chumbo? E agora ainda quer roubar, sujar e destruir para sempre nossa mais preciosa reserva de água pura de montanhas, as nascentes do Vale do Machadinho? Como é possível para nós sujarmos esta água, se estamos mais abaixo que o senhor, e quando o senhor for embora teremos que engolir todo o seu veneno?!
- OK - disse o lobo, tratando de achar outra justificativa - então vou devorá-los e destruí-los porque soube que nas audiências públicas, no blog Alerta Paracatu, no Jornal O Lábaro, no jornal Estado de Minas, no filme "Ouro de Sangue", no escondido das cozinhas e nas mesas dos bares vocês me xingaram. Alguns de vocês roubaram o ouro do meus rejeitos, e agora começam a morrer de câncer, por causa do meu veneno. Vocês querem me dar prejuízo!
- Como podemos tê-lo xingado, se falamos apenas a verdade? .
Como podemos causar-lhe prejuízos, se nós é que estamos morrendo, e nossas autoridades não fazem nada para nos defender? Somos apenas uns pobres-diabos abandonados à nossa própria sorte ou à nossa própria desgraça!
- Se não foram vocês, foram os seus irmãos, Sérgio Dani e Serrano Neves!
- Como podem ser nossos irmãos, se não damos ouvidos a eles, porque os consideramos "ovelhas negras" da nossa família, uns biodesagradáveis?
O lobo impaciente, vendo que a conversa já ia longe demais pro seu gosto, berrou furioso:
- Se não foram vocês, foram seus pais, ou suas mães, ou seus avós, ou alguém da sua família de paracatatus nojentos que já morreram ou ainda teimam em nascer e querer viver nesse mundo das multinacionais e...
NHAC - os milhares de (paraca)tatus foram devorados num bocado.
Moral da história: Tatuzada desunida vira guizado de tatu."
(*) Paracatatu é denominação dada pela RPM/Kinross aos paracatuenses, em um livrinho encomendado ao cartunista Ziraldo. Fonte: Relatório Rio Tinto Brasil, 2003.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
De bem com a vida
Sentado à mesa do meu escritório, vejo pela janela à frente um casal de joão-de-barro na faina de construir sua morada na forquilha de um poste de luz. (Você já reparou? O joão-de-barro descobriu que as árvores não são assim tão seguras para uma casa, elas estão sendo derrubadas, eliminadas, enquanto que os postes disseminam-se rapidamente, respeitados, garantidos por lei).
Há muitos dias acompanho a evolução do penoso trabalho, mas o esforço do casal é admirável, de maneira que imperceptivelmente as paredes se arrumam e se fecham, num acabamento perfeito. Bem alojada na madeira, como toda casa de joão-de-barro esta é sólida, sem enfeites, mas acolhedora, com a entrada oval aberta voltada para o norte, que impede a entrada de vento e permite que o sol de inverno possa penetrar no seu interior.
Durante a maior parte do dia a casinha até parece desabitada, não sei se o casal lá se esconde cuidando dos ovos ou se anda por aí procurando alimento. Porém, nas primeiras horas da manhã e naquelas que antecedem o anoitecer eles fazem bastante barulho, com um gorjeio semelhante a uma gargalhada e um sobe e desce constante para trazer o barro com que completam a residência. Nesse movimento, quase sempre um deles fica vigiando a casa, e quando chega o parceiro, ou parceira, estufa o peito e, nessa hora, seu canto varia para uma espécie de ameaça ou desafio a qualquer encrenqueiro que queira invadir aquele espaço sagrado destinado a abrigar a prole.
Enquanto minha mente vagueia pensando nos milhões de pessoas que não têm um pedaço de chão para construir seu abrigo, constato que a Natureza propiciou uma alternativa a esse pequeno pássaro - usar os postes, já que as árvores estão desaparecendo –, mas talvez jamais ensine aos seres humanos o sentido da verdadeira justiça.
Poder trabalhar sob a inspiração deste casal de joão-de-barro é, para mim, um privilégio que bastaria para afastar qualquer desânimo. Ademais, meu local de trabalho é pródigo de bênçãos: através da janela às minhas costas vejo três corujinhas, frutos de uma ninhada que foi chocada no telhado do escritório. Eu não tinha notado qualquer indício, mas numa clara manhã de março encontrei as três pousadas no muro da casa, como se tivessem saído do nada.
Converso com elas, guardando uma certa distância para que não se assustem. Elas me encaram fixamente, silenciosamente, grandes olhos arregalados, tímidas e concentradas como se esperassem a minha presença. Durante todo o dia as corujinhas ficam por perto, escolhem algum lugar mais alto para dali fazerem a vigilância e, quem sabe, capturar algum inseto, ratos ou lagartixas.
Numa pequena nesga que sobrou entre as construções, plantei uma figueira. Cuido dela como se cuida de algo precioso, e ela parece compreender o meu gesto, retribuindo-me com a produção dos figos mais belos e doces que já comi. Adoro figo maduro, quando colhido no pé, a casca roxa e fina estufada, quase rompendo. Eu os como ali mesmo, de manhã, ao pé da figueira, quando ainda estão frescos e orvalhados. Em cada safra, colho uma quantidade para fazer doce, que é distribuído aos amigos, pois para eles não existe doce de figo melhor que o meu.
Uma parte do que é produzido fica para os passarinhos. Não sei como eles descobriram minha figueira, apertada entre muros e paredes, mas é uma leva contínua de sanhaços, sabiás, bem-te-vis, garrinchinhas e, acredite, até um tucano andou por aqui. Por que será que eles estão vindo para a cidade em busca de comida? Não tem mais comida no cerrado? Contudo, minha figueira é generosa, entrega placidamente os seus frutos e a presença desses pássaros contamina de alegria o meu dia.
Nem tudo, porém, está a meu gosto, pois no beiral do telhado instalaram-se alguns pombos, e seus ninhos se espalham cheios de fezes e, suponho, de piolhos. Nunca gostei desses pombos domésticos! Pombos são associados com a paz: a pomba da paz. De onde as pessoas tiraram isto? Para mim, não passam de espécie invasora trazida pelos europeus, transmissora de várias doenças! Não fico em paz com a presença deles e, cá do meu canto, torço para que as corujinhas cresçam e dêem cabo desses pombos que infestam meu telhado e se espalham tomando conta dos telhados de Paracatu.
Esqueço os pombos e relanceio o olhar para um pedaço de céu azul e limpo. Na suavidade da manhã de inverno, enquanto o delicado canto dos pássaros me envolve e acaricia, retomo o trabalho, de bem com a vida.
Este texto foi publicado no jornal O Movimento com o título " Os Pássaros - De bem com a vida", edição 357, de 11 a 31 de agosto de 2009.
Há muitos dias acompanho a evolução do penoso trabalho, mas o esforço do casal é admirável, de maneira que imperceptivelmente as paredes se arrumam e se fecham, num acabamento perfeito. Bem alojada na madeira, como toda casa de joão-de-barro esta é sólida, sem enfeites, mas acolhedora, com a entrada oval aberta voltada para o norte, que impede a entrada de vento e permite que o sol de inverno possa penetrar no seu interior.
Durante a maior parte do dia a casinha até parece desabitada, não sei se o casal lá se esconde cuidando dos ovos ou se anda por aí procurando alimento. Porém, nas primeiras horas da manhã e naquelas que antecedem o anoitecer eles fazem bastante barulho, com um gorjeio semelhante a uma gargalhada e um sobe e desce constante para trazer o barro com que completam a residência. Nesse movimento, quase sempre um deles fica vigiando a casa, e quando chega o parceiro, ou parceira, estufa o peito e, nessa hora, seu canto varia para uma espécie de ameaça ou desafio a qualquer encrenqueiro que queira invadir aquele espaço sagrado destinado a abrigar a prole.
Enquanto minha mente vagueia pensando nos milhões de pessoas que não têm um pedaço de chão para construir seu abrigo, constato que a Natureza propiciou uma alternativa a esse pequeno pássaro - usar os postes, já que as árvores estão desaparecendo –, mas talvez jamais ensine aos seres humanos o sentido da verdadeira justiça.
Poder trabalhar sob a inspiração deste casal de joão-de-barro é, para mim, um privilégio que bastaria para afastar qualquer desânimo. Ademais, meu local de trabalho é pródigo de bênçãos: através da janela às minhas costas vejo três corujinhas, frutos de uma ninhada que foi chocada no telhado do escritório. Eu não tinha notado qualquer indício, mas numa clara manhã de março encontrei as três pousadas no muro da casa, como se tivessem saído do nada.
Converso com elas, guardando uma certa distância para que não se assustem. Elas me encaram fixamente, silenciosamente, grandes olhos arregalados, tímidas e concentradas como se esperassem a minha presença. Durante todo o dia as corujinhas ficam por perto, escolhem algum lugar mais alto para dali fazerem a vigilância e, quem sabe, capturar algum inseto, ratos ou lagartixas.
Numa pequena nesga que sobrou entre as construções, plantei uma figueira. Cuido dela como se cuida de algo precioso, e ela parece compreender o meu gesto, retribuindo-me com a produção dos figos mais belos e doces que já comi. Adoro figo maduro, quando colhido no pé, a casca roxa e fina estufada, quase rompendo. Eu os como ali mesmo, de manhã, ao pé da figueira, quando ainda estão frescos e orvalhados. Em cada safra, colho uma quantidade para fazer doce, que é distribuído aos amigos, pois para eles não existe doce de figo melhor que o meu.
Uma parte do que é produzido fica para os passarinhos. Não sei como eles descobriram minha figueira, apertada entre muros e paredes, mas é uma leva contínua de sanhaços, sabiás, bem-te-vis, garrinchinhas e, acredite, até um tucano andou por aqui. Por que será que eles estão vindo para a cidade em busca de comida? Não tem mais comida no cerrado? Contudo, minha figueira é generosa, entrega placidamente os seus frutos e a presença desses pássaros contamina de alegria o meu dia.
Nem tudo, porém, está a meu gosto, pois no beiral do telhado instalaram-se alguns pombos, e seus ninhos se espalham cheios de fezes e, suponho, de piolhos. Nunca gostei desses pombos domésticos! Pombos são associados com a paz: a pomba da paz. De onde as pessoas tiraram isto? Para mim, não passam de espécie invasora trazida pelos europeus, transmissora de várias doenças! Não fico em paz com a presença deles e, cá do meu canto, torço para que as corujinhas cresçam e dêem cabo desses pombos que infestam meu telhado e se espalham tomando conta dos telhados de Paracatu.
Esqueço os pombos e relanceio o olhar para um pedaço de céu azul e limpo. Na suavidade da manhã de inverno, enquanto o delicado canto dos pássaros me envolve e acaricia, retomo o trabalho, de bem com a vida.
Este texto foi publicado no jornal O Movimento com o título " Os Pássaros - De bem com a vida", edição 357, de 11 a 31 de agosto de 2009.
sábado, 11 de julho de 2009
Leitura de uma escola à luz da metáfora mecanicista
Focalizar a Escola “X” (1) à luz da metáfora mecanicista faz ressaltar a estrutura organizada em conjuntos, cada um deles realizando tarefas e atividades rigorosamente planejadas para cumprir metas e objetivos bem determinados. A imagem de escola “rígida”, como é vista pela comunidade, foi construída exatamente pela determinação na execução de seus programas e pela exigência do cumprimento do papel de cada um – alunos, professores e funcionários – na consecução dos objetivos e metas da instituição.
A estrutura organizacional pode ser dividida em dois conjuntos - administrativo e pedagógico -, os quais se constituem de subconjuntos, organizados em função das atividades e objetivos setoriais. A cadeia de comando é estabelecida a partir de duas direções – direção administrativa e direção pedagógica -, e desce ao nível de coordenadores de área e supervisores, responsáveis pelo planejamento, organização e controle das atividades, e vai até ao nível operacional, responsável pela execução do trabalho. A descentralização é realizada através do comando de cada área; por exemplo, coordenação da educação infantil, coordenação do ensino de 1ª a 4ª série etc.
Após a abertura dos portões, pela manhã, o toque do sinal para o início das aulas dita a cadência rigorosa das atividades do dia, e cada pessoa, seja aluno, professor ou funcionário administrativo tem que assumir o seu papel. Atrasos ou descumprimento das normas são desvios que se procura cercear com advertências ou aplicação de penalidades.
A prestação de serviços educacionais é a atividade básica da escola e em torno dela tudo se organiza. Programas, prazos, datas e horários são observados com grande rigor, exigindo controle intenso e constante. O próprio calendário escolar é um exemplo, quando determina, além dos dias de aula, várias atividades que devem ser realizadas ao longo do ano, como provas, reuniões, festas e outros eventos programados. A partir deste calendário, vários processos são organizados, como, por exemplo, as avaliações, que têm toda uma rotina precisamente determinada (elaboração da prova, revisão/aprovação, confecção, aplicação, correção/avaliação, entrega dos resultados, discussão dos resultados e entrega de boletim).
Todos devem ter clara noção do que é estabelecido como “certo”, o que leva a uma tendência à formalização dos processos.
Formalizar para depois rotinizar é uma diretriz da organização, seja nas áreas administrativa ou acadêmica. Isto possibilitou a implantação do gerenciamento escolar através de um software eletrônico, que opera em módulos (Secretaria, Acadêmico, Financeiro, Pessoal e Biblioteca), utilizando base de dados única.
O mecanicismo que estrutura a organização e permeia todos os seus processos é importante para o funcionamento harmônico das partes constituintes da escola, execução dos programas de ensino e cumprimentos das metas educacionais, sempre submetido a uma legislação e normas que ditam o que fazer e os prazos. Entretanto, se de um lado o mecanicismo estabelece ordem e disciplina, por outro lado é fonte viva de conflitos.
Um dos aspectos geradores de conflito é a questão da busca do consenso, necessário para que o todo funcione de maneira harmônica. Especialmente na área pedagógica, constituída em grande parte por professores com reduzida carga horária de trabalho, o consenso nem sempre nasce de acordos com a participação de todos e muitos não têm noção clara do que é estabelecido, provocando desalinhamento com a “equipe”.
A visão mecânica da escola está profundamente introjetada nas práticas e nos comportamentos. Na área administrativa, o modo de pensar mecanicista evidencia-se na busca de especialização de cada funcionário, que procura assumir tarefas limitadas dentro da rotina do estabelecimento, embora esta não seja a orientação vinda dos dirigentes. Quando se observa o funcionamento de um setor, como a Secretaria, por exemplo, vê-se que cada funcionário está sempre “no mesmo lugar”, e que há um acordo tácito sobre as tarefas a serem cumpridas. Entretanto, como a escola é um refazer a cada dia, situações novas e inusitadas surgem inevitavelmente.
Como nenhum funcionário tem a visão do todo e todos resistem a compartilhar e alternar tarefas, não se conquista a autonomia e a capacidade de decisão, havendo necessidade freqüente de intervenção dos dirigentes na solução de problemas.
Na área pedagógica, nota-se a ênfase no cumprimento de programas e conteúdos das disciplinas, muitas vezes desconhecendo as diferenças individuais e coletivas.
Embora exista um esforço da parte da direção e de muitos docentes para buscar abordagens não mecanicistas, boa parte ainda adota o pressuposto básico de que havendo ensino, consequentemente, haverá aprendizagem; se não ocorreu a aprendizagem a causa está no aluno, que não estudou o suficiente para aprender.
Regra e transgressão estão sempre presentes em tudo o que se faz na escola, mesmo porque os educandos fazem aí suas aprendizagens de limite e autonomia, testando os seus espaços e suas relações. O pressuposto do ordenamento mecânico é que as regras sejam feitas para serem obedecidas, e é comum os coordenadores e professores, responsáveis por sua implementação, não as explicarem ou discutirem, colocando-se numa linha de autoridade de quem tem direito de dar ordem e exigir obediência. Eis aí o principal foco de conflitos no ambiente escolar, em que o modo mecânico de impor ordem gera desobediência.
Este paradoxo da organização - ordem gerando conflito -, reflete o paradoxo da própria escola como instituição conservadora de valores, reprodutora do modelo social dominante e ao mesmo tempo instituição renovadora inserida em uma sociedade em permanente mudança.
Nota: Trabalho acadêmico apresentado na disciplina Teoria das Organizações, ministrada pelo Dr. Domingos A. Giroletti, no Mestrado em Administração das Faculdades Pedro Leopoldo.
Paracatu, 27/11/06
A estrutura organizacional pode ser dividida em dois conjuntos - administrativo e pedagógico -, os quais se constituem de subconjuntos, organizados em função das atividades e objetivos setoriais. A cadeia de comando é estabelecida a partir de duas direções – direção administrativa e direção pedagógica -, e desce ao nível de coordenadores de área e supervisores, responsáveis pelo planejamento, organização e controle das atividades, e vai até ao nível operacional, responsável pela execução do trabalho. A descentralização é realizada através do comando de cada área; por exemplo, coordenação da educação infantil, coordenação do ensino de 1ª a 4ª série etc.
Após a abertura dos portões, pela manhã, o toque do sinal para o início das aulas dita a cadência rigorosa das atividades do dia, e cada pessoa, seja aluno, professor ou funcionário administrativo tem que assumir o seu papel. Atrasos ou descumprimento das normas são desvios que se procura cercear com advertências ou aplicação de penalidades.
A prestação de serviços educacionais é a atividade básica da escola e em torno dela tudo se organiza. Programas, prazos, datas e horários são observados com grande rigor, exigindo controle intenso e constante. O próprio calendário escolar é um exemplo, quando determina, além dos dias de aula, várias atividades que devem ser realizadas ao longo do ano, como provas, reuniões, festas e outros eventos programados. A partir deste calendário, vários processos são organizados, como, por exemplo, as avaliações, que têm toda uma rotina precisamente determinada (elaboração da prova, revisão/aprovação, confecção, aplicação, correção/avaliação, entrega dos resultados, discussão dos resultados e entrega de boletim).
Todos devem ter clara noção do que é estabelecido como “certo”, o que leva a uma tendência à formalização dos processos.
Formalizar para depois rotinizar é uma diretriz da organização, seja nas áreas administrativa ou acadêmica. Isto possibilitou a implantação do gerenciamento escolar através de um software eletrônico, que opera em módulos (Secretaria, Acadêmico, Financeiro, Pessoal e Biblioteca), utilizando base de dados única.
O mecanicismo que estrutura a organização e permeia todos os seus processos é importante para o funcionamento harmônico das partes constituintes da escola, execução dos programas de ensino e cumprimentos das metas educacionais, sempre submetido a uma legislação e normas que ditam o que fazer e os prazos. Entretanto, se de um lado o mecanicismo estabelece ordem e disciplina, por outro lado é fonte viva de conflitos.
Um dos aspectos geradores de conflito é a questão da busca do consenso, necessário para que o todo funcione de maneira harmônica. Especialmente na área pedagógica, constituída em grande parte por professores com reduzida carga horária de trabalho, o consenso nem sempre nasce de acordos com a participação de todos e muitos não têm noção clara do que é estabelecido, provocando desalinhamento com a “equipe”.
A visão mecânica da escola está profundamente introjetada nas práticas e nos comportamentos. Na área administrativa, o modo de pensar mecanicista evidencia-se na busca de especialização de cada funcionário, que procura assumir tarefas limitadas dentro da rotina do estabelecimento, embora esta não seja a orientação vinda dos dirigentes. Quando se observa o funcionamento de um setor, como a Secretaria, por exemplo, vê-se que cada funcionário está sempre “no mesmo lugar”, e que há um acordo tácito sobre as tarefas a serem cumpridas. Entretanto, como a escola é um refazer a cada dia, situações novas e inusitadas surgem inevitavelmente.
Como nenhum funcionário tem a visão do todo e todos resistem a compartilhar e alternar tarefas, não se conquista a autonomia e a capacidade de decisão, havendo necessidade freqüente de intervenção dos dirigentes na solução de problemas.
Na área pedagógica, nota-se a ênfase no cumprimento de programas e conteúdos das disciplinas, muitas vezes desconhecendo as diferenças individuais e coletivas.
Embora exista um esforço da parte da direção e de muitos docentes para buscar abordagens não mecanicistas, boa parte ainda adota o pressuposto básico de que havendo ensino, consequentemente, haverá aprendizagem; se não ocorreu a aprendizagem a causa está no aluno, que não estudou o suficiente para aprender.
Regra e transgressão estão sempre presentes em tudo o que se faz na escola, mesmo porque os educandos fazem aí suas aprendizagens de limite e autonomia, testando os seus espaços e suas relações. O pressuposto do ordenamento mecânico é que as regras sejam feitas para serem obedecidas, e é comum os coordenadores e professores, responsáveis por sua implementação, não as explicarem ou discutirem, colocando-se numa linha de autoridade de quem tem direito de dar ordem e exigir obediência. Eis aí o principal foco de conflitos no ambiente escolar, em que o modo mecânico de impor ordem gera desobediência.
Este paradoxo da organização - ordem gerando conflito -, reflete o paradoxo da própria escola como instituição conservadora de valores, reprodutora do modelo social dominante e ao mesmo tempo instituição renovadora inserida em uma sociedade em permanente mudança.
Nota: Trabalho acadêmico apresentado na disciplina Teoria das Organizações, ministrada pelo Dr. Domingos A. Giroletti, no Mestrado em Administração das Faculdades Pedro Leopoldo.
Paracatu, 27/11/06
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Quem quer ser "master"?
Hoje, mais uma vez, depois de dezenas de vezes, deparei-me com o nome de um professor que assina assim: M.Sc. Fulano de Tal. Por que M.Sc.? Por que ele fez mestrado? Sabem de onde ele tirou isto? Da abreviatura “Master of Science” (Mestre em Ciências), que designa a abreviatura da titulação de pessoas que fizeram mestrado nos Estados Unidos da América do Norte. Mas o moço é tupiniquim e jamais saiu do Brasil. Então, por que o “Master of Science”?
Entretanto, já vi coisa pior: gente que fez doutorado em São Paulo se auto-titular PhD. Sim, é isto aí, a abreviatura para “Doctor of Philosophy”, nos países de língua inglesa.
É justificável a admiração pelos sistemas educacionais dos EUA, da Inglaterra e de outros países que se adiantaram ao nosso, mas nem por isso nos cabe a outorga de títulos que não temos. Nenhuma universidade brasileira oferece o título de “Master of Science” ou de “Doctor of Philosophy” e sim os de Mestre ou Doutor. Além do mais, o que têm a menos os títulos obtidos nas universidades brasileiras? Ao contrário, quantos mestres e doutores formados aqui são atraídos por universidades européias e norte-americanas justamente por suas competências intelectuais!
Mas, e daí, qual a abreviatura para Mestre? De acordo com a Academia Brasileira de Letras, a abreviatura para Mestre é “Me” e para Mestra é “Ma”. Se assim o fizermos estaremos respeitando nossa língua e valorizando nosso próprio conhecimento intelectual, que não aceita submissão ideológica e se sente honrado de ser brasileiro.
Entretanto, já vi coisa pior: gente que fez doutorado em São Paulo se auto-titular PhD. Sim, é isto aí, a abreviatura para “Doctor of Philosophy”, nos países de língua inglesa.
É justificável a admiração pelos sistemas educacionais dos EUA, da Inglaterra e de outros países que se adiantaram ao nosso, mas nem por isso nos cabe a outorga de títulos que não temos. Nenhuma universidade brasileira oferece o título de “Master of Science” ou de “Doctor of Philosophy” e sim os de Mestre ou Doutor. Além do mais, o que têm a menos os títulos obtidos nas universidades brasileiras? Ao contrário, quantos mestres e doutores formados aqui são atraídos por universidades européias e norte-americanas justamente por suas competências intelectuais!
Mas, e daí, qual a abreviatura para Mestre? De acordo com a Academia Brasileira de Letras, a abreviatura para Mestre é “Me” e para Mestra é “Ma”. Se assim o fizermos estaremos respeitando nossa língua e valorizando nosso próprio conhecimento intelectual, que não aceita submissão ideológica e se sente honrado de ser brasileiro.
terça-feira, 7 de julho de 2009
A Tese do Coelho
Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca, com seu "notebook" e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali uma raposa, e viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
- Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu te mostro minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio. Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda e resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve com a petulância do coelho:
- Ah! Ah! Ah! Ah! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
- Desculpe-me, mas, se você quiser, posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado, palitando os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos;
5. O que importa é QUEM ESTÁ APOIANDO SUA TESE...
Autor desconhecido
- Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu te mostro minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio. Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda e resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve com a petulância do coelho:
- Ah! Ah! Ah! Ah! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
- Desculpe-me, mas, se você quiser, posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado, palitando os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos;
5. O que importa é QUEM ESTÁ APOIANDO SUA TESE...
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