Blog do Professor Márcio

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

"Benefícios" da mineração para o cidadão brasileiro

Quem paga mais impostos no Brasil: o cidadão comum ou uma grande mineradora?

Publicado em janeiro 15, 2016 por 
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O quiz revela detalhes de como o setor de mineração no país parece ter sido desenhado para dar o maior lucro possível a grandes mineradoras, com a menor responsabilidade socioambiental possível.
A pergunta do título desta publicação poderia ter uma resposta simples e direta. O problema é que ninguém sabe ao certo quanto as grandes mineradoras em atuação no Brasil realmente pagam em tributos. É tanta isenção, desconto e outras estripulias tributárias que o real valor do que elas pagam para explorar as abundantes riquezas minerais brasileiras se torna um grande mistério.
Ao longo do ano passado, o Inesc publicou três notas técnicas que jogam alguma luz nesse cipoal tributário envolvendo algumas das maiores empresas do mundo, como a Vale e a BHP Billiton – responsáveis pela Samarco, empresa que teve barragens rompidas em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), causando uma das maiores tragédias socioambientais do país. Os estudos revelam, entre outras coisas, que a região amazônica é hoje um paraíso extrativista e tributários para grandes multinacionais da mineração, que a atividade dessas empresas no Brasil fragiliza a política pública de saúde, e que o regime tributário aplicado para as atividades de mineração no Brasil é uma das mais injustas do mundo.
Assista ao Quiz Show e descubra como estamos sendo pilhado há anos, com graves prejuízos ao país:


Do Inesc, in EcoDebate, 15/01/2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Madaya: um crime contra a humanidade

Queridos amigos,

Na cidade sitiada de Madaya (Síria), crianças famintas estão comendo folhas de árvores, gatos e insetos. O governo de Assad está literalmente matando mais de 40 mil pessoas de fome. É difícil de imaginar o sofrimento dos pais assistindo seus filhos morrerem de fome, mas nós podemos ajudá-los.

Em setembro do ano passado, foi negociada uma trégua que acabaria com o bloqueio à Madaya, mas ainda assim a população civil continua encurralada, sem acesso à comida e medicamentos. A Turquia e o Irã podem, junto com seus aliados, fazer com que o cerco seja interrompido, mas não agirão sem apoio internacional. Se um milhão de nós fizermos um apelo para que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, intervenha e trabalhe com os envolvidos no conflito, poderemos salvar milhares de famílias da morte por fome.

Ban Ki-moon é a pessoa certa para isso: se o cerco acabar, este poderia ser um começo promissor para uma posterior negociação de paz. O fim do seu mandato na ONU está próximo e acabar com o bloqueio seria uma bela conquista para coroar seu trabalho. Se cada um de nós fizer pressão suficiente, podemos fazer com que Ban Ki-moon seja o líder de que Madaya precisa desesperadamente.

Adicione seu nome à petição agora mesmo. A Avaaz levará histórias e fotos de Madaya à imprensa, à ONU e a ministros do exterior escolhidos estrategicamente, até que o bloqueio termine:

https://secure.avaaz.org/po/madaya_starvation_siege_loc/?tyXHgbb 

Após uma crescente pressão da imprensa, o regime de Assad acabou de anunciar que vai permitir a entrada de ajuda humanitária em Madaya. Mas e depois? Em outubro do ano passado, a população recebeu ajuda – mas uma parte do carregamento de alimentos recebido estava estragada e acabou causando intoxicação alimentar em algumas pessoas. A comida acabou rapidamente. Para salvar as pessoas em Madaya, nós precisamos encerrar o cerco de uma vez por todas.

Apenas nesse mês, já são 31 pessoas mortas por fome. Caso as pessoas tentem escapar, o risco é de serem reduzidas a pedaços, já que a cidade está cercada de minas terrestres. No domingo, uma mulher grávida, acompanhada da filha, tentou fugir e acidentalmente acionou uma das minas. Elas sobreviveram à explosão, mas chamaram a atenção dos milicianos do Hezbollah, que atiraram para matar. Não há escapatória para o povo de Madaya: apenas o fim do bloqueio pode salvar as milhares de famílias em completo desespero.

O governo de Assad usa táticas desumanas para punir e intimidar qualquer pessoa que a ele se oponha. Cidadãos de Madaya protestaram contra o governo em 2011 e agora estão pagando o preço por terem desafiado o regime. Há outros culpados pelo bloqueio das cidades nesse conflito, mas Assad é o responsável pela imensa maioria. E, enquanto ele entrega comida por vias aéreas a seus aliados, os residentes de Madaya perecem. Nosso pedido pelo fim do cerco ajudaria os civis tanto em áreas sob domínio dos rebeldes quanto em áreas sob domínio do governo.

Salvar Madaya não será suficiente para acabar com o conflito na Síria, mas todas as peças necessárias para encerrar o bloqueio estão em nossas mãos. Nós podemos ajudar a salvar milhares de sírios inocentes que merecem uma chance de sobrevivência. Não podemos abandoná-los agora.

A ONU foi criada para momentos como esse. Vamos acabar com este pesadelo em Madaya e mostrar a Ban Ki-moon que não vamos desistir até que todos os envolvidos no conflito comprometam-se a garantir liberdade de movimento para os civis e o fornecimento de comida e outros suprimentos. Assine a petição agora e compartilhe com todo mundo:

https://secure.avaaz.org/po/madaya_starvation_siege_loc/?tyXHgbb 

Às vezes parece que essa guerra nunca vai ter fim, mas nossa comunidade tem apoiado o povo sírio desde o começo e não irá desistir. Agora vamos nos unir mais uma vez pelas famílias em Madaya, que precisam de nós, mais do que nunca, para lutar por suas vidas.

Com esperança,

Rewan, Mais, Wissam, Mohammad, Alice, Emma, Ricken e toda equipe da Avaaz

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Assim começa o Ano Novo!

Vítor, um menino Kaingang de apenas dois anos, é assassinado enquanto era amamentado pela mãe

Publicado em janeiro 6, 2016 por 
Tags: indígenas
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CIMI

O Conselho Indigenista Missionário, Regional Sul, vem a público manifestar sua indignação com o cruel assassinato de Vítor Pinto, criança Kaingang de dois anos de idade. O crime ocorreu na rodoviária de Imbituba, município de Santa Catarina.
Vitor estava sendo amamentado pela mãe, Sônia da Silva, quando um homem se aproximou, acariciou seu rosto e, com um estilete, o degolou. Enquanto a mãe e o pai – Arcelino Pinto – desesperados tentavam socorrer a criança, o assassino seguiu caminhando pela rodoviária até desaparecer.
Vítor faleceu em um local que a família Kaingang imaginava ser seguro. As rodoviárias são espaços frequentemente escolhidos pelos Kaingang para descansar, quando estes se deslocam das aldeias para buscar locais de comercialização de seus produtos. A família de Vítor é originária da Aldeia Kondá, localizada no município de Chapecó, Oeste de Santa Catarina. Vítor estava na rodoviária com os pais e outros dois irmãos, um de seis anos e outro de 12.
Trata-se de um crime brutal, um ato covarde, praticado contra uma criança indefesa, que denota a desumanidade e o ódio contra outro ser humano. Um tipo de crime que se sustenta no desejo de banir e exterminar os povos indígenas.
A Polícia Militar da região deu por desvendado o fato em poucos minutos. Prendeu, num bairro pobre, um presidiário, que usufruía do benefício do indulto de Natal e Ano Novo. Aparentemente tudo estava solucionado. Mas na delegacia da Polícia Civil de Imbituba o delegado ouviu o pai e a mãe de Vítor, e ainda outra testemunha, um taxista que estava no local na hora do crime. O homem indicado pela Polícia Militar como autor do assassinato não foi reconhecido pelas três testemunhas.
Informações colhidas na delegacia por um advogado que acompanhou a família Kaingang dão conta de que esse cruel assassinato pode estar relacionado a ações de grupos neonazistas ou de outras correntes segregacionistas, que difundem o ódio e protagonizam a violência contra índios, negros, pobres, homossexuais e mulheres.
O Conselho Indigenista Missionário manifesta preocupação com o clima de intolerância que se propaga, na região sul do país, contra os povos indígenas. Um racismo – às vezes velado, às vezes explícito – é difundido através de meios de comunicação de massa e em redes sociais. Ocorrem, com certa frequência, manifestações públicas de parlamentares ligados ao latifúndio e ao agronegócio contrários aos direitos dos povos indígenas e que incitam a população contra estes povos. Em todo o país registram-se casos de violência e de intolerância contra indígenas e quilombolas, manifestadas concretamente nas perseguições, nas práticas de discriminação, na expulsão e no assassinato de indígenas. Nestes últimos dias pelo menos cinco indígenas foram assassinados no Maranhão, Tocantins, Paraná e Santa Catarina.
O Conselho Indigenista Missionário espera que esse crime hediondo seja efetivamente investigado e que, não se cometam erros ao tentar dar uma resposta imediata à sociedade, imputando a um inocente crime que não praticou.
Chapecó, SC, 31 de dezembro de 2015.
Conselho Indigenista Missionário – Regional Sul

in EcoDebate, 06/01/2016