Companheiros,
estamos
em Mariana e a tragédia é bem maior do que está sendo divulgada. Nenhuma
autoridade tem dados exatos. O atendimento aos atingidos ainda é bem desorganizado.
Sabemos que já são mais de 500 desabrigados.
A
mídia divulga apenas uma morte. Porém ninguém sabe ao certo. Nosso povo viu um
corpo boiando próximo à barragem de Candonga, que já está no Rio Doce. Muita
lama já chegou lá.
O
rejeito é tóxico. A Samarco não divulgou, mas a informação que temos é
que o rejeito contém arsênio, mercúrio e ferro. Que são muito tóxicos. Há risco
de contaminação de toda a bacia do Rio Doce. O distrito de Bento Rodrigues que
foi atingido tinha 188 casas e 65 % foram destruidas. A lama continuou descendo
e atingiu outras comunidades rurais, algumas a 70 km de distância da barragem,
como a comunidade Paracatu.
A
mídia destaca um abalo sísmico. Porém o professor da USP que divulgou o dado já
disse que esse tipo de abalo acontece todos os dias e que é muito difícil de
afetar uma barragem.
Muitas
pessoas estão desaparecidas e agora começou a chover aqui, o que dificulta as
buscas. Moradores do local atingido já vinham denunciando problemas na barragem
há 15 anos. Portanto para nós fica clara a negligência e a responsabilidade da
Samarco, que pertence à Vale e BHP Billington.
Solidariedade
ao povo atingido! E força para lutarmos contra essas mineradoras que matam o
povo.
Aline, do Movimento dos Atingidos por Barragens, em 6/11/2015.
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