Na missa de encerramento
do Sínodo da Amazônia, neste domingo (27/10) no Vaticano, Papa Francisco mirou
seu sermão na política predatória do governo brasileiro na região. Em mea
culpa, referindo-se à atuação da própria Igreja na doutrinação de indígenas
durante o processo de colonização do Brasil, o pontífice disse que “os erros do
passado não foram suficientes para deixarmos de saquear os outros e causar
ferimentos aos nossos irmãos e a nossa irmã terra: vimos isso no rosto
desfigurado da Amazônia”.
“Quantas vezes quem está à frente, como o fariseu
relativamente ao publicano, levanta muros para aumentar as distâncias, tornando
os outros ainda mais descartados. Ou então, considerando-os atrasados e de
pouco valor, despreza as suas tradições, cancela suas histórias, ocupa os seus
territórios e usurpa os seus bens”, disse o papa, em uma crítica direta às
políticas que têm a pretensão de incluir indígenas na chamada “cultura
judaico-cristã”.
Em trecho improvisado, o
papa ainda criticou a pretensa superioridade com que os governantes tratam os
povos nativos da Amazônia.
“Quanta superioridade presumida, que se transforma em
opressão e exploração, ainda hoje! Vimos isso no Sínodo quando falamos sobre a
exploração da Criação, das pessoas, dos habitantes da Amazônia, do tráfico de
pessoas e do comércio de pessoas!”, afirmou.
A missa, na Basílica de São Pedro, encerrou as três
semanas da assembleia do sínodo. No sábado, foi divulgado um documento de 33
páginas, com propostas como a ordenação de homens casados para atuar na
Amazônia, a criação do “pecado ecológico”, o respeito à religiosidade não
cristã indígena e o estabelecimento de um “observatório pastoral
socioambiental”.
Obtido e adaptado de: https://revistaforum.com.br/global/papa-francisco-mira-bolsonaro-em-missa-de-encerramento-do-sinodo-da-amazonia-quanta-superioridade-presumida/
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