Márcio José dos Santos
Expresso todo o apoio da Igreja e
bendigo aos homens e mulheres que estão defendendo a vida frente aos desastres
da mineração, expressou o bispo de Paracatu Dom Jorge Alves, ao inaugurar o
encontro Direitos Violados: Paracatu frente à mineração, em 11/maio, na Câmara
de Vereadores de Paracatu.
“Esses homens e mulheres que estão aqui,
preocupados com as condições de vida das pessoas, merecem o apoio e a bênção da
Igreja, especialmente porque, já por duas vezes, em Mariana e em Brumadinho,
sucederam desastres ambientais que realmente envergonham a todos que dirigem
essas empresas de mineração, que deveriam ter tomado providências urgentes para
resolver o problema.”
Para o bispo de Paracatu, este encontro é
muito importante para todo o Estado de Minas Gerais, onde se desenvolvem
atividades de mineração, porque “se trata de defender a vida das pessoas e de
promover uma vida em abundância, como nos ensinou Jesus de Nazaré”.
Imagem: Parte do público presente ao simpósio Direitos Violados. |
Diversas organizações sociais e populares do
município de Paracatu se reuniram para discutir seus direitos frente à
contaminação que sofrem as comunidades e a água da região, onde se explora uma
das maiores minas de ouro do mundo e também minas de chumbo e zinco. As
responsabilidades da mineradora canadense Kinross, das autoridades, as
obrigações que correspondem ao Estado brasileiro e as comunidades afetadas pela
mineração foram analisadas a partir de uma rigorosa investigação conduzida
pelas entidades Justiça Global e Above Ground (Canadá).
O encontro foi organizado por Cáritas Paracatu, CPT, rede Igrejas e
Mineração, MAM, Justiça Global e Above Ground (Canadá) e contou com a presença
de representantes de 19 organizações com atuação na área ambiental e de
segurança de barragens, representantes de comunidades, além de dois vereadores
de Paracatu.
Atualmente,
o município de Paracatu abriga gigantescos resíduos tóxicos de arsênio, chumbo
e outros metais pesados perigosos para todos os tipos de vida.
“Porém, somos animados pela Esperança, e apesar de toda essa catástrofe
ambiental que afeta não apenas os seres humanos, como também a biodiversidade,
queremos caminhar, buscar saídas, buscar soluções, dialogar com a sociedade e
realmente criar um espaço onde a vida possa crescer e manifestar-se com
segurança”, finalizou Dom Jorge.
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