Parece
que nascemos apenas para consumir e consumir e, quando não podemos, nos
enchemos de frustração, pobreza e até autoexclusão. O certo,
hoje, é que, para gastar e enterrar os detritos nisso que a ciência chama de poeira de carbono, se aspirarmos nesta humanidade a consumir como um
americano médio, seriam imprescindíveis três planetas para poder viver.
Nossa
civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível
satisfazer esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica
como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo
mercado.
Prometemos
uma vida de esbanjamento, e, no fundo, constitui uma conta regressiva contra a
natureza, contra a humanidade no futuro. Civilização contra a simplicidade,
contra a sobriedade, contra todos os ciclos naturais.
O pior:
civilização contra a liberdade que supõe ter tempo para viver as relações
humanas, as únicas que transcendem: o amor, a amizade, aventura, solidariedade,
família.
Civilização
contra tempo livre que não é pago, que não se pode comprar, e que nos permite
contemplar e esquadrinhar o cenário da natureza.
Arrasamos
a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas anônimas de cimento.
Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com comprimidos, a solidão
com eletrônicos, porque somos felizes longe da convivência humana.
** Leia a íntegra do discurso de José Mujica na ONU
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2013/09/leia-a-integra-do-discurso-de-jose-mujica-na-onu-4281650.html
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2013/09/leia-a-integra-do-discurso-de-jose-mujica-na-onu-4281650.html
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