Publicado em: 25/6/2015 17:18:00
A mineração depende da água da chuva para o processamento do minério, mas a seca que afeta a região, força a empresa a operar nas condições mínimas.
A RDM usa uma planta convencional de britagem-moagem e circuito CIL que tem uma capacidade de 7.100t por dia. A planta necessita de grandes volumes de água, principalmente no processo de lixiviação.
Os problemas com a falta e o excesso de água não são incomuns à Carpathian.
Em janeiro de 2014 a mina foi fechada pela SUPRAM devido as fortes chuvas que poderiam causar um forte impacto ambiental. O fechamento causou perdas estimadas em 9.000 onças de produção e custos de manutenção além da cabeça do CEO Guy Charette.
População faz novas denúncias de dano ambiental causado por Mineradora
Ontem, no dia 15 de maio de 2013, um grupo de pessoas da
Sociedade Civil de Janaúba e Riacho dos Machados, em Montes Claros, reuniu-se
com a SUPRAM (Superintendência Regional de Regularização Ambiental). O grupo
apresentou várias denúncias e solicitou providências para o órgão do Estado de
Minas que é responsável pela regularização ambiental da Mineração de Ouro
Riacho dos Machados.
Os moradores da região e representantes de organizações vem
denunciando à sociedade as irregularidades que a empresa Carpathian Gold vem cometendo no processo de
implantação da mina. Já na audiência pública ocorrida no dia 25 de abril foram
feitas algumas denúncias verificadas na área da mineradora – em visita técnica
– e no entorno do empreendimento.
Nesta reunião com a SUPRAM o grupo apresentou os dados de uma
visita recente realizada nas propriedades vizinhas da Carpathian Gold.
Impactos negativos nas águas
Dois cursos d’água – de um lado o Ribeirão, de outro o córrego
Piranga – estão sofrendo impactos com a ação da mineradora.
O Ribeirão, localizado abaixo da área que está sendo
implementada a Barragem de Rejeito, recebeu uma quantidade de água e lama que
mudou a vida da população local.
Com a contaminação da lama:
– a comunidade não tem mais acesso ao “escorrega” (área de
lazer) em função da contaminação;
– além da água ficar turva e enlameada, as pessoas estão com
medo de algum tipo de contaminação;
– peixes mortos (duas pessoas da comunidade verificaram 9 peixes
mortos em dos poços d’água);
– o gado não quer beber água do córrego;
– pessoas da comunidade sem possibilidades de lavar roupa.
– tem comunidades que as famílias estão sem acesso a água
para consumo, tendo que buscar em outras localidades.
As águas do Piranga e seus afluentes, também estão
impactadas. Verificou-se a contaminação por lama e também a qualidade da água
que sai de um dique construído pela empresa está alterada.
Outros problemas:
– a Empresa vem fazendo explosões duas vezes por semana na qual
os próprios técnicos do SUPRAM não tinham conhecimento;
– moradores denunciam falta de conduta da empresa, que vem
causando problemas no uso das estradas;
Irregularidades
Após denúncias, resultantes de uma visita na área da empresa, a
SUPRAM realizou uma fiscalização e, segundo as informações apresentadas na
reunião, apesar do relatório ainda não estar pronto, identificaram
irregularidades. Uma delas é o uso da água da antiga cava deixada pela Vale
para irrigar as estradas. Disso ocorrerá um auto de infração. Ainda a SUPRAM
irá cobrar mais informações da empresa para analisar o real impacto nas águas
da região – além daqueles que foram apresentados.
Minerando sem licença??
Segundo o geólogo autônomo que participou da visita técnica, a
empresa vem minerando sem a licença de operação. Este ponto foi bastante
polêmico na reunião com a SUPRAM, que na opinião do grupo da sociedade civil, a
velocidade da exploração da área está causando sérios impactos para a população
e meio ambiente e defende que seja feita uma nova fiscalização para comprovar a
indicação do geólogo.
Preocupação aumenta!!!
Com os impactos já ocorridos, aumenta a preocupação dos
moradores locais e da cidade de Janaúba e Novo Porteirinha com o risco de
contaminação das águas por metais pesados em função da exploração do ouro. Além
dos cursos dágua das áreas vizinhas à mineradora, temem o risco de contaminar a
Barragem de Bico da Pedra (Bacia do Verde Grande, afluente do Velho Chico).
Esta barragem abastece o projeto Gorutuba, a população de Janaúba e de Nova
Porteirinha, como também, nas estiagens, outros municípios da região.
Alexandre Gonçalves, pela Articulação São Francisco Vivo
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